Há tempos venho sendo interpelado por alguns irmãos simples e sinceros na fé que me questionam: “Será que nosso culto (não da denominação em que sirvo, mas de algumas expressões da igreja evangélica brasileira) não está virando um show?” Os que me perguntam são pessoas de coração voltado para Deus, que não estão criticando por criticar, mas sentem um constrangimento real ao ver como certas denominações têm adotado luzes, fumaça, palcos e uma produção tão sofisticada que, às vezes, parece mais uma apresentação artística do que um momento de adoração. Faço parte de uma geração que se converteu sem a influência massiva e pragmática das tecnologias, estética e técnicas atuais de atrativos de culto, e talvez por isso eu entenda bem essa preocupação. Não se trata de nostalgia espiritual nem de “crentes antigos que são avessos a novidade”, mas de um desejo sincero por algo genuíno — a certeza de que, quando cantamos, oramos e ouvimos a Palavra, não estamos somente assistindo a um espetác...