Seduzida pela graça

E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. (João 8:8)

Mudança... era uma palavra inaceitável no vocabulário dos seus acusadores.

Perdão... era impossível admitir tamanha transgressão da sagrada lei por uma pecadora.

Intransigência... era o prazer que alimentava a fúria deles em relação aos infratores.

Confronto... ELE não tinha o direito de expor e recriminar legítimos herdeiros de Abraão, para favorecer uma desventurada promotora do pecado imperdoável.

ELE provoca um mal estar no ambiente... - Ela merecia pedras e ELE nos ultraja oferecendo-lhe flores?!

Mas ela entra na história como convidada DELE. Surge e protagoniza uma das mais belas cenas escrita nos bastidores do AMOR, que valoriza e redime o ser criado a imagem e semelhança do CRIADOR.

Toda quebrantada e disposta a ser abduzida pela GRAÇA, ela rouba a cena.

Seduzida pela irreversível consciência de quem nasce das entranhas da MISERICÓRDIA, ela mal pode imaginar o acolhimento que lhe foi preparado antes da fundação dos séculos.

Ela ouve uma canção que jamais pensaria que fosse possível enquanto vivente: - "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Nem eu, também, te condeno".

– Mas e a punição, os meus algozes, o meu pecado, onde estão as pedras? Ela deve ter pensado como resultado das graves acusações sofridas de quem não tinha sequer o direito de pronunciar-se em público, para abrandar a dor que carcomia sua alma.

ELE com visceral compaixão sussurra em seu coração: - "Vai-te, e não peques mais". Faça isso para que você não fique vulnerável e deliberadamente exposta às intenções homicidas dos seus opositores.

E todas as vezes que sentir-se rejeitada, acuada e indigna de ser alvo e objeto do meu AMOR, lembre-se e cante para si mesma: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí”.

ELE se inclina então com toda reverência e escreve no terreno arenoso e pisado do seu coração: Seja bem vinda mulher, hoje é o teu dia!

Deus te abençoe,

Franklin Rosa