Meu Reino não é deste mundo
Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. (João 18:36)
Contrariando as aspirações messiânicas de um povo que sofria
debaixo do jugo romano, Jesus deixou absolutamente claro que sua atuação tinha
como localização geográfica o coração dos homens, e não a dominação política do
território subjugado econômica e socialmente por César.
Penso eu, que a aspiração política da liderança da Igreja
não deveria ser a de tomar o poder e status de estado, e sim, ser a voz
profética e influenciadora da consciência daqueles que lá estão, proporcionando
ações com base nos valores e conteúdos do Evangelho, para uma gestão e
distribuição de recursos de forma mais justa e equitativa.
Isto não significa isenção ou alienação política, mas ter a
noção exata sem inversão de valores e troca de prioridades, do nosso papel e da
nossa contribuição democrática na sociedade como ministros do Cristo que
priorizou os vulneráveis, fragilizados e marginalizados, sem a pretensão de
instalar seu reino pela força de uma ditadura, ou por uma candidatura que
atendesse os anseios de um povo oprimido.
Como disse Billy Graham quando fora convidado para
candidatar-se a presidência dos Estados Unidos, pois sua popularidade e sua
influência como capelão da Casa Branca certamente o elegeria: “Eu não vou
deixar de ser embaixador da Pátria Celestial, para ser simplesmente presidente
dos Estados Unidos, não vou descer meu nível”.
Mas estas, são somente querelas de uma utopia evangélica
minha, numa época em que setores da comunidade cristã liderados pelo alto
clero, renderam-se escandalosamente aos encantos do capital e da possibilidade
de tornarem-se governo, relegando a segundo plano seu chamado de serem agentes
de um reino que transcende este mundo.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa