Esse cara sou eu

Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? (Tiago 2:15,16).

Eu aqui todo preocupado com o anti-Cristo, estudando exaustiva e sistematicamente escatologia para entender quem é esse personagem tenebroso e maléfico na história que se opõe a Jesus, e ele sorrateiramente habitando junto comigo no conforto e aconchego do meu lar, num abençoado final de ano.

Pois é, sou obrigado a admitir que ele se instalou e eu nem percebi. Esse malvado anti-Cristo se materializou em coisas supérfluas e fúteis, no dinheiro mau gasto que poderia ser investido para socorrer a vida de um pobre e necessitado. Ele se apoderou do meu senso de consumo, chegou sem pedir licença e habitou minha insensibilidade em perceber que o outro carece daquilo me sobra.

Agora mesmo, o opositor do Reino de Deus está zelando com todo carinho de cobertores guardados há anos que nunca cobriram ninguém, de sapatos caríssimos que nunca calçaram alguém, de roupas sem uso que nunca cobriram a nudez de outrem. Alimentos armazenados serão jogados fora porque a dispensa está cheia e o prazo de validade venceu, mas mesmo assim, já me encontro pré-ocupado com as ceias do natal e da virada de ano.

Um número considerável destas coisas ainda continuam lá, aguardando uma ocasião especial para serem utilizadas, esperando um dia sugestivo em que eu possa exibi-las. Eu sei que existem muitos angustiados esperando este momento que eu julgo oportuno, mas não posso me desfazer delas justo agora, pois, custaram muito caro a minha alma e já tenho erguido no meu coração um altar para apreciá-las e para prestar culto em devoção de consumo.

Descobri que esse cara sou eu todas as vezes que meu EGOCENTRISMO me impele para atitudes anti-Cristo em oposição ao ser humano!

Deus te abençoe,

Franklin Rosa