Não queira ser herói

Quando chegaram à eira de Nacom, Uzá estendeu a mão à arca de Deus, e pegou nela, porque os bois tropeçaram. Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali; e Uzá morreu ali junto à arca de Deus. (2 Samuel 6:6,7)

A cena trágica é antecedida por uma grande festa de celebração como é típico da cultura judaica, onde todos cantavam e dançavam com muito entusiasmo, motivados pelo retorno da arca da aliança a Jerusalém.

Mas, como em parte dos trajetos que percorremos em nossas vidas, ali acontece um imprevisto grave. Uzá, filho de Abinadabe que até pouco tempo antes havia sido o anfitrião acolhendo a arca debaixo do seu próprio teto, é fulminado pela ira do Senhor por sua atitude irreverente, e por que não dizer impensada.

A primeira vista essa história nos causa estranheza e indignação assim como causou a Davi deixando-o contrariado. Mas, a regra era clara, ninguém poderia tocar diretamente na arca nem mesmo transportá-la, senão, os sacerdotes filhos de Arão e os coatitas (Nm 3). Para esse intuito foram construídas argolas nas laterais e varais para que ninguém precisasse por a mão nela.

Refletindo sobre o evento, talvez Uzá até tivesse boas intenções, ou na pior das hipóteses, não possuísse mesmo as motivações corretas no coração ao transportar e ao impedir que a arca caísse no chão, querendo ser lembrado no futuro como herói, como aquele que havia evitado a queda de um símbolo tão importante para a cultura e religião de Israel.

Seja como for, às vezes nos comportamos como Uzá, queremos os nossos tão sonhados 15 minutos de fama e nos precipitamos querendo “salvar” ou fazer algo que o Senhor não solicitou, nem nos credenciou para tal. Como diz o dito popular: “Colocamos a mão na cumbuca errada!”

Fica a lição de que Deus não precisa nem depende de nós para que suas intenções sejam realizadas. Deixe Deus ser Deus e respeite o tempo D’Ele vs. 10,11. Se não tiver as intenções corretas ou não for chamado para tal tarefa, o melhor a fazer é deixar para quem de direito.

Deus te abençoe,

Franklin Rosa