Sabotados pelo mecanismo do sagrado
Pois quando tirei vossos pais da terra do Egito, não lhes falei nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas ordenei-lhes isto: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordenar, para que vos corra tudo bem. (Jeremias 7:22,23)
A religião desde sempre especializou-se em fornecer um
mecanismo de compensação para seus consumidores, que de alguma forma produzisse
a pacificação da consciência do fiel para com o alvo da sua devoção, que na
nossa cultura cristã comumente chamamos de Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
O antigo sistema de ritos e sacrifícios do Velho Testamento
foi acumulando revisões, atualizações e chegou até nós no século XXI com um
“upgrade” traduzido na versão linguagem de hoje, que é de fácil digestão e
assimilação.
Nós crescemos acreditando que apenas o cumprimento do rito
de um ato religioso é suficiente para resolver nossas demandas e pendências com
Deus não importando nosso estilo de vida no dia a dia. Acabamos nos acostumando
com os mecanismos do sagrado e sabotados por ele.
A leitura que os antigos faziam da religião, não é muito
diferente da qual nós fazemos hoje dos nossos cultos evangélicos ou missas
católicas. Acreditamos que basta fazer uma oração ou cantar alguns louvores,
entregar nossos dízimos ou ofertas, participar de campanhas ou novenas, tomar a
hóstia das mãos de um sacerdote ou participar da santa ceia uma vez por mês,
que na nossa consciência tudo está resolvido.
Só que não! Até mesmo no Velho Testamento o profeta Jeremias
já havia pontuado de forma contundente que nenhum holocausto ou sacrifício
(sistema de compensação ou manipulação da vontade Divina) seria suficiente para
“subornar” a Deus ou “amansar” a indisposição Dele para com nossa falta de
verdade e obediência a sua Palavra.
Com isto, não digo que nossas reuniões coletivas de comunhão
ou expressões de devoção e gratidão a Deus não tenham valor. Elas são
importantes para a “sociabilidade” da fé, e para que juntos cresçamos na
consciência e maturidade do verdadeiro culto e serviço a Deus cooperando uns
com os outros.
Mas, o que Senhor mais deseja daqueles que o invocam como
Pai, é que venhamos transformar os momentos de louvor e adoração do culto ou da
missa do domingo, em submissão a sua vontade revelada na Bíblia Sagrada que é a
sua Palavra, no cotidiano do chão da vida. Somente então, Ele será o nosso Deus
e nós seremos seu povo.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa