Abraão suplica pelos ímpios


Esboço e material de apoio para Escola Bíblica Dominical Betel lição 03 (Crente de Oração) 

Abraão e a oração de intercessão – Algumas considerações

Texto Base – Gênesis 18:1-33

Introdução – É a partir de Abraão sobre tudo que a oração passa a ser mais significativa, pois ele inaugura efetivamente a disposição de Deus em separar e formar um povo exclusivamente seu. 

*Abraão ora sobre tudo com atos. Ele é um construtor de altares de adoração ao Senhor. É uma oração discreta que demonstra toda sua nobreza em atitudes mais do que discursos. 

*Adorar não é meramente cantar. Adoração é transformar o culto do domingo em realidade na segunda. É dar substância e consistência nos pequenos atos do cotidiano transformando as coreografias da reunião coletiva em verdade individual. 

*A satisfação em uma relação é uma via de duas mãos. Quando eu tenho prazer em Deus Ele não se faz indiferente a mim. Ocultarei Eu a Abraão?  

1. Hospedando o Senhor no coração 

1a. Abraão não era homem de embalos – Ele teve sensibilidade para discernir uma manifestação espiritual verdadeira. Não podemos nos submeter aos cacoetes, malabarismos ou eloquência de quem quer que seja por mais espiritual ou sobrenatural que o individuo ou a atividade pareça.

1b. Temos que ter uma postura criteriosa em relação às emoções – Guardar o coração é sinônimo de preservação. “ Sobre tudo o que se guardar...” Em ambientes onde as emoções estão presentes ficamos mais vulneráveis ao engano e ao erro.

1c. Hospedar é sinônimo de acolher – A hospitalidade de Abraão era o cartão de visita da sua espiritualidade. Nossa relação com Deus só é real quando ela é traduzida em (hospitalidade) serviço ao próximo.  

1d. Hospedar é engajar-se em justiça social – Nossa espiritualidade será submetida a nossa sensibilidade em perceber e socorrer os desamparados (Mateus 25:35-45) 

2. Ouvindo o Senhor, com atenção

2a. Ouvir Deus é uma processo de constante evolução – “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz” (Salmos 19:1-3).

*Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hebreus 1:1-2). 

2b. Ouvir Deus é ter a capacidade de absorver desapontamentos existenciais – A mais significativa característica do relacionamento e da percepção de Abraão em ouvir Deus era o desapego. Se desprendia com convicção de vínculos afetivos e emocionais.

2c. Ouvir Deus não é tarefa para profissionais – É privilégios para seres que se tornaram humanos. É perceber Deus nos encontros. O bom samaritano estava mais sensível aos apelos de Deus do que os oficiais da religião. Ouvir Deus é ouvir o desespero do outro sem preconceitos ou pré-julgamentos. 

2d. Ouvir Deus é aprender a re-significar os próprios significados – A manutenção de Sodoma e Gomorra era importante e tinha um caráter emergencial porque representava a subsistência de um vínculo familiar para Abraão sobre o qual ele nutria afetos e responsabilidades.

3. Orando ao Senhor com determinação

3a. Vínculos afetivos não devem ser a motivação principal da intercessão  A compaixão por todo ser humano indistintamente deve ser o que nos move nesse papel de mediadores. Eu particularmente temo que a oração de Abraão possuía alguns contornos nepotistas.

3b. Não podemos construir na oração uma fuga da realidade – Por mais que a intercessão nas Escrituras seja estimulada, nem sempre teremos resposta a todas nossas demandas e dilemas.  

3c. Oração não é um recurso de convencimento – Eu não informo Deus em oração a fazer o que eu quero. Porque oramos então? Oramos para nos relacionar em amor com o Criador. 

3d. Cuidado em confundir oração com instrumentalização – A insistência em oração não é um recurso de manipulação de poderes divinos, e sim, um recurso relacional à priori para controlar as inquietações da minha alma.
  

 

Deus te abençoe,

Franklin Rosa