Mendigos espirituais

Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. Ao seu portão fora deixado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. (Lucas 16:19-22)

Alguns setores da comunidade cristã têm perdido seus referenciais e se tornado num balcão de negócios.  Até mesmo quando se fala em salvação, estão mais preocupados consigo mesmo do que com os outros.

Uma parte considerável da Igreja se tornou consumidora de bênçãos e esqueceu-se da sua missão de servir ao próximo em amor. As pessoas estão se convertendo a uma nova religião para resolver seus dilemas, mas estacionam aí.

Não há crescimento espiritual nem maturidade que os faça pensar no outro antes de si mesmo, porque foram treinados a priorizar o reino da terra deixando para segundo plano o reino do céu. Estão sobrecarregados e embaraçados com as demandas desta vida passageira, como bem pontou Paulo apóstolo em (2Tm 2:4).

A busca pelo sucesso material sem critérios que tem norteado a experiência de muitos que tem aderido ao cristianismo, tem insensibilizado estas pessoas fazendo com que elas se preocupem somente com seus próprios projetos de vida.

A parábola contada por Jesus nos ensina que nada adiantou os esforços daquele homem para acumular bens, pois agora, seus familiares estavam vivendo da fortuna deixada por ele. Isso nos faz lembrar a insensatez de outro homem rico acumulador, que teve de ouvir contra a própria vontade que era louco e que sua alma seria requerida naquela noite (Lc 12:20).

Provavelmente aquelas pessoas deveriam ser tão insensíveis quanto o próprio homem rico, porque ele manifesta extrema e angustiante preocupação com eles pedindo para que Lázaro fosse adverti-los para que não cometessem o mesmo erro vs. 27,28.

A exortação de (Mateus 25:34-46) precisa nos incomodar a ponto de não ficarmos satisfeitos simplesmente com entretenimento e programações religiosas. A missão da Igreja é servir, e não ser servida, praticar a mordomia, e não “viver na mordomia”.

A lição que extraímos desta parábola que confronta nosso estilo de vida cristã, é que passamos a vida inteira produzindo riqueza e conteúdos fugazes e efêmeros, mas nos esquecemos de deixar um legado que gere valores e princípios.

Até os cães que lambiam as feridas de Lázaro tinham mais percepção do que realmente importa na vida, do que o insensível homem rico.

Minha oração é que o Espírito Santo nos incomode de tal maneira, que sejamos consumidos por aquilo que consome o coração de Deus, caso contrário, não passaremos de mendigos espirituais em busca de bênçãos!

Deus te abençoe,

Franklin Rosa