A cruz é rude
Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito
com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. (Filipenses
3:18)
Diz a letra do hino que a velha cruz é rude, sem polimento ou acabamento, sem sofisticação ou qualquer atrativo estético, ao contrário, sua mensagem emblemática vem adornada de vergonha e dor, sofrimento e rejeição, maldição e morte, e é precisamente por causa dessa estigmatização que nós a comtemplamos, porque dela vem graça e luz e foi nela que Jesus nos salvou. Sim, nós amamos o discurso solitário da cruz, e até que a morte nos cale iremos proclamá-la, carregá-la, e por fim, por uma coroa trocá-la!
Quando meditamos nesta letra, podemos perceber a distância para a sugestão melódica e psicológica dos “HIT’s” de uma nova cruz que tem sido cantada, e que traz no seu enredo a reivindicação da exaltação do ego, que preconiza frases como “restitui, eu quero de volta o que é meu”, ou ainda, “quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção, vão se arrepender”.
A mensagem dessa nova cruz foi adaptada para uma geração que despreza o caminho do Gólgota e que faz do madeiro um mero adorno de pescoço, de orelhas ou de parede.
Carregar a cruz com suas implicações, não faz parte das aspirações mais profundas dessa geração dos mantras musicais sem teologia.
A velha cruz convoca ao arrependimento, a nova cruz ao entretenimento.
A velha cruz prioriza a devoção, a nova cruz a acumulação.
A velha cruz tira do centro o “eu”, a nova cruz tira do centro Deus.
A diferença entre as duas, é que a velha prepara o ser humano para as glórias do céu, enquanto a nova apela para as glórias da terra.
Parafraseando o apóstolo nos versos subsequentes, o fim dos que aderiram a essa versão “remasterizada” desvinculada da mortificação do ser, é a perdição, porque são inimigos da rude cruz de Cristo. O deus deles é o ventre porque se orgulham e só empregam energia no que é terreno e transitório. Mas para aqueles que juntamente com Jesus foram crucificados naquele velho madeiro, sua pátria agora está nos céus, de onde também aguardam o Salvador.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa