As motivações da oração de Paulo pelos efésios

 


Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera... (Efésios 3:20)

Uma das grandes dificuldades que temos em interpretar de forma correta e honesta um texto, é analisar ele isoladamente não levando em consideração o seu contexto anterior ou posterior, ou seja, desconsiderar aquilo que o autor escreveu no todo e que complementa seu pensamento. A isto, classificamos em teologia como “hermenêutica bíblica”, que são princípios e regras de interpretação que elucidam passagens das Escrituras de forma mais clara e íntegra possível.

O verso em destaque acima, frequentemente é usado para afirmar que Deus responde de maneira pródiga e indiscriminada a qualquer oração que se faça a Ele. É comum as pessoas dizerem que Deus vai abençoar de maneira generosa, dobrada e multiplicada aquilo que pedirmos em súplica, superando até mesmo nossas expectativas mais positivas.

O grande problema é que a constatação de que “as coisas não são bem assim” não tarda em chegar, e com ela não raras vezes a decepção e a desmotivação se instalam na alma da pessoa, que se deixou envolver por uma frase assimilada de forma subjetiva, ou então, proferida por alguém com a intenção de provocar um efeito motivacional.

É bem verdade que o apóstolo disse com todas as letras que Deus é “poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos”, e assim também creio eu e tantos outros. Todavia, não podemos desconsiderar como já abordado anteriormente o todo do que Paulo escreveu.

Analisando, portanto os versos que antecedem esta frase do apóstolo, chego a conclusão de que Deus responderá sim de maneira generosa e abundante nossas orações, quando elas tiverem em seu caráter e intenção as “MOTIVAÇÕES CORRETAS”.

Encontramos nos versos 16 ao 18, ao menos 3 motivações pelas quais Paulo orava com a certeza de que Deus seria generoso e teria prazer em responder suas orações. Esta era a razão dele “dobrar os joelhos” humildemente perante o Pai e interceder pelos efésios conforme o verso 14, atitude que um judeu só tinha quando a situação era de extrema angústia e inquietação. São elas:

Para que eles fossem fortalecidos interiormente, e consequentemente cheios do poder renovador e inspirador do Espírito Santo, desfrutando das riquezas gloriosas de Deus conf. verso 16.

Para que como imitadores de Cristo, a fé deles rompesse os limites do egoísmo e avançasse para o altruísmo, se solidarizando com os dilemas do outro conf. verso 17.

Para que em comunhão e unidade compreendendo a grandeza e a intensidade do amor sacrificial de Cristo por eles, tivessem uma vida plena conforme os versos 18 e 19.

Meu desejo é que a nossas orações sejam mais alinhadas as Sagradas Escrituras, e assim não venhamos ficar frustrados com Deus, com a Igreja, ou com supostas expectativas que não possuem base Bíblica. 



Deus te abençoe,

Franklin Rosa