Nem de Paulo, nem de Apolo, mas, de Cristo
Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? (1Corintios 3:4)
Paulo introduz o capítulo 3 da sua primeira carta a comunidade de crentes que estava em Corinto, com um tema bem definido: A preferência por lideres espirituais que gerava facções vs. 3 – Porque ainda sois carnais; pois,
havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e
não andais segundo os homens?
Apolo foi o obreiro sucessor naquela Igreja plantada por
Paulo, que lá ficou durante seis meses pregando o Evangelho (Atos 18:11). Pelo
que consta nas poucas referências sobre Apolo, ele deveria ser aquele tipo de
pregador eloquente e persuasivo com profundo conhecimento do Antigo Testamento,
e que tinha a capacidade de atrair a atenção dos seus ouvintes impressionando
eles pela maneira arrojada com que discursava (Atos 18:24-28).
Paulo, entretanto, parecia não ter a mesma energia e
presença convincente em sua oratória quanto o seu sucessor, dando a impressão
que tinha mais facilidade em expressar-se através das cartas que escrevia. E
isto, é reconhecido e declarado com toda transparência e honestidade pelo
próprio apóstolo em seu desabafo para com aqueles irmãos (1Corintios 2:1-5)
(2Corintios 10:10,11 / 11:6).
Essa preferência pela performance de pregadores que dava
origem ao fã clube de preletores na problemática Igreja corintiana, foi
veementemente criticada pelo apóstolo que não admitia a infantilização da fé,
que estava provocando sentimentos e comportamentos imaturos causando a fragmentação da comunhão
entre eles vs. 1-3.
A qualificação negativa que Paulo faz daquela comunidade usando insistentemente por 3 vezes em tom pejorativo o termo “carnal’, traduz sua indignação e frustração em perceber que seus esforços para edificar aqueles irmãos inspirando eles a serem unidos e maduros na fé, não estava sendo correspondido a altura (1Corintios 1:10).
Paulo demonstra para aqueles irmãos que tanto ele como Apolo
eram meros instrumentos usados nas mãos de Deus sem qualquer mérito
superlativo, e que, o foco deles deveria estar concentrado no Senhor, pois, era
Ele quem dava as condições para que a semente do Evangelho plantada e regada
por ambos obreiros naquela Igreja, crescesse e produzisse frutos para a glória do
Seu Nome vs. 6-9.
Perceba que o problema não estava em Apolo e muito menos em
Paulo que já havia identificado anteriormente essa tendência de “torcida
organizada de pregadores” entre aqueles crentes em Corinto (1Corintios 1:12,13).
Com toda certeza, nenhum deles aprovava essa rivalidade construída pela “infantilidade”
daqueles irmãos vs. 1-5. O próprio Paulo deixou explicitado para que não
ficasse sombra de dúvida, de que eles eram parceiros e cooperadores de Deus
no anúncio do Evangelho vs. 9, e não adversários que se
enfrentariam para ver quem levaria vantagem no poder de persuasão ou influência sobre a consciência dos demais.
Este tipo de comportamento de “arquibancada” em uma comunidade, só revela
a imaturidade do cristão contribuindo para com o desserviço ao Evangelho, e necessita ser identificado e tratado com firmeza para que não atrapalhe o avanço da obra Deus, tão pouco o crescimento e maturidade da Igreja.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa