Continue subindo o seu Moriá

E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o mancebo iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a vós. Tomou, pois, Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o cutelo, e foram caminhando juntos. (Gênesis 22:5,6)

Na história dos israelitas registrada na Bíblia, alguns montes se destacam não somente pela topografia que apresentavam, mas principalmente pelo significado simbólico que eles carregam consigo das experiências neles vividas (Monte Ararate Gn 8:4) (Monte Seir Gn 36:8) (Monte Sinai Ex 19:2) (Monte Ebal Dt 27:4) (Monte Gerizim Dt 27:12) (Monte Nebo Dt 34:1) (Monte Hermom Js 11:3) (Monte Tabor Jz 4:6) (Monte Carmelo 1Rs 18:19) (Monte Sião 2Rs 19:31) (Monte Gilboa 1Cr 10:1).

Foi num desses montes muito conhecido e disputado até hoje pelo seu simbolismo e ocorrências históricas chamado Moriá, que Abraão teve sua vida profundamente tocada por Deus pela dramaticidade da experiência ali vivida na companhia do seu único filho Isaque.

Abraão foi levado até aquele monte para ser provado e ficar demonstrado para si mesmo e também como testemunho para outros, qual era o real lugar de importância e prioridade que o Deus de Israel ocupava em sua vida.

Ali ele teve de aprender o significado da palavra renúncia e ter disposição para desapegar-se de algo que lhe era extremamente importante e lhe custava muito caro – a vida do próprio filho.

Foi nesse mesmo monte que ele teve de demonstrar sua obediência e paciência aprendendo a submeter-se aos métodos e caminhos de Deus, que muitas vezes nos parecem sem sentido e sem propósito.

Mas foi também no Moriá, que Abraão pôde experimentar de forma singular a providência de Deus e a renovação da aliança, bem como o amadurecimento e crescimento da sua relação com o Criador.

O que pretendo na verdade é chamar sua atenção para o que acontece durante esse processo de entrega e consagração de Abraão. Eu me refiro ao fato dele ter caminhado depois de determinado ponto (3 dias de viagem vs. 4) sem a companhia dos servos que o auxiliavam, até o local do sacrifício.

Semelhante a experiência de Abraão, aprendemos que existem determinados momentos na vida onde não será mais possível contar com a companhia de pessoas extremamente importantes, e que tiveram um significado especial para nos ajudarem. 

Esta é uma trajetória que teremos que percorrer sozinhos para aprendermos a depender somente do Senhor e mais ninguém. 

Quando isto acontecer nós teremos a dimensão exata do que significa entregar-se a Deus sem reservas nem garantias, mas sempre contando com sua constante presença que nos encoraja e dá sentido para viver.

Se porventura você olhar para todas as direções e perceber que mais ninguém está por perto, tenha a certeza de que Deus está te dando à oportunidade de crescer e amadurecer na experiência de fé com Ele. 

Isso acontece porque algumas pessoas não estarão prontas para acompanhar aquilo que o Senhor deseja construir na sua vida, e também porque é um caminho que só cabe a você descobrir e perseverar nele.

O que você tem de fazer é continuar subindo até o lugar do sacrifício, com a certeza de que sairá desta situação mais forte e experiente para enfrentar novos desafios!

Deus te abençoe,

Franklin Rosa