Enganando a própria alma

Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. (Lucas 12:19)

A parábola contada por Jesus surge como resposta à solicitação de uma pessoa inquieta que estava entre a multidão daqueles que ouviam sua pregação, e que, provavelmente estava envolvida em uma disputa familiar por herança vs. 13.

O que fica subentendido pela réplica direta e cortante de Jesus vs. 14, é que tal indivíduo mantinha-se alheio a ministração deixando de absorver o conteúdo profundo do que estava sendo ensinado vs. 1-12, e que queria usá-lo como intermediador de uma causa que na interpretação do Mestre, não deveria demandar tanta aflição na alma.

Digo isto, porque na sequência da parábola ele emenda outro discurso falando sobre a ansiedade e a preocupação excessiva em querer ter segurança e garantias nessa vida, sendo que somos peregrinos nela vs. 22-30.

Mas o que nos chama a atenção é que entre os seus discursos, Jesus faz uso desta parábola para demonstrar como nós podemos facilmente nos enganar caindo na vala daqueles que perdem os referenciais, nos tornando insensíveis que gastam toda sua vida fazendo uso egocêntrico dos bens sem prestar atenção as necessidades a sua volta, com a falsa sensação de segurança e felicidade vs. 16-21.

Essa verdade fica nitidamente demonstrada pela fala insensata daquele homem, que achava que havia encontrado a resposta para sua insegurança e infelicidade enganando a própria alma: “estou tranquilo por muitos anos, agora é só comer, beber e dormir, aproveitando intensamente a vida” vs. 19.

Este homem chegou ao cúmulo da falta de juízo calculando que o seu materialismo poderia lhe proporcionar prazer pleno e sentido de viver. Ele tinha tudo, mas não tinha descanso de alma, pois a preocupação agora era como fazer a gestão para manter tudo seguro vs. 17,18.

Ele ouve então algo que constrange sua consciência e exige uma reação que não acontece: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?” vs. 20.

Quando lemos esta estória pensamos que ela está distante da nossa realidade, mas por bem menos nos iludimos e deixamos de gastar nossa vida naquilo que ficará como depósito para toda eternidade.

A reflexão que essa parábola nos propõe a fazer é: “No que temos investido nossa vida?” A resposta a essa pergunta determinará a saúde da nossa alma, e se estamos nos preparando para a eternidade nos tornando ricos aos olhos de Deus, ou então, se seremos chamados de loucos que desperdiçam sua vida com prazeres derivados de uma alma egocêntrica vs. 21.

Deus te abençoe,

Franklin Rosa