Não pare no meio do caminho
Os altos, porém, não foram tirados; todavia o coração de Asa foi reto para com o Senhor todos os seus dias. (1 Reis 15:14)
Asa foi um ótimo rei responsável por importantes e
singulares reformas na sua administração (1Rs 15:9-24), antecedido pelos
monarcas Abião seu pai e Roboão seu avô que foram péssimos reis totalmente
entregues a idolatria e aos cultos pagãos (1Rs 14:21-24) (1Rs 15:1-3).
Asa puxou a fila na dinastia dos reis bons de Judá que se
tornaram exemplo de piedade e conduta de fidelidade ao Deus de Israel, deixando
um legado inspirador que provavelmente influenciou posteriormente sucessores como
Josafá (1Rs 22:41-47), Joás (2Rs 12:1-4), Amazias (2Rs 14:1-4), Uzias/Azarias (2Rs
15:31-4), Jotão (2Rs 15:32-35).
Todos estes estão elencados honrosamente na galeria daqueles
que bravamente se mantiveram fiéis ao Deus de Israel e romperam com o padrão
mental e moral de reis ímpios que governaram antes deles tais como Roboão (1Rs
14:21-24), Abião (1Rs 15:1-3), Jeorão (2Rs 8:16-18), Acazias (2Rs 8:25-27), Atalia
(2Rs 11:1).
Não há de se negar que todos colaboraram significativamente
deixando sua parcela de contribuição na abolição da idolatria e restauração do
culto a Jeová, porém, existe um aspecto comum entre eles mencionado acima no
texto de introdução: “Os altos, porém, não se tiraram de Israel...”.
Os altos eram altares construídos em lugares elevados na
geografia de Israel, onde eram feitos sacrifícios e a queima de incenso a
outros deuses conforme o costume de povos pagãos (Nm 33:22) (2Cr 28:3,4), e que
permitiam com que a idolatria tivesse legalidade em continuar operando no
território que deveria ser consagrado somente ao Senhor Deus Criador.
É certo que estes 6 monarcas fizeram a diferença na vigência
do seu reinado, mas sem querer ser presunçoso, considero que apesar da atitude
corajosa de cada um deles no processo das reformas religiosas e restauração do
culto ao Deus Verdadeiro, observamos que não continuaram com o trabalho até
onde deveriam chegar, e pararam no meio do caminho.
Somente mais tarde Ezequias e Josias fizeram com que os
altos que ainda representavam uma afronta ao Deus de Israel fossem destruídos
(2 Rs 18:1-7) (2 Rs 23:1-25).
É imprescindível destacarmos estes fatos porque às vezes no
processo de santificação e consagração ao Senhor, nós também paramos no meio do
caminho e convivemos pacifica e harmoniosamente com “altos” na nossa vida, que inocentemente
concluímos não ter tanta importância ou necessidade de removê-los do nosso
coração.
Mas, são justamente esses “altos” que ficam como resíduo de
iniquidade na nossa trajetória espiritual, que podem mais tarde nos levar a uma
regressão no processo de entrega, consagração e santificação diante de Deus,
bem como influenciar outros negativamente incentivando-os a optarem por parar
no meio do caminho em sua experiência de conversão.
Que o Senhor nos de graça e coragem para imitar os exemplos
de Ezequias e Josias, que perseguiram o alvo e prosseguiram até o fim no
propósito de agradar a Deus, removendo tudo que se constituía como barreira na
adoração a Ele.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa