Estigmatizado pela graça

Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2 Coríntios 5:17)

A segunda carta de Paulo a problemática Igreja em Corinto, está repleta de frases num tom de desapontamento em que o apóstolo tenta fazer a defesa da legitimidade do seu ministério e da idoneidade de sua pessoa, diante de ataques que estava sofrendo por parte daqueles que duvidavam do seu caráter tentando destruir sua reputação, dando a entender que suas motivações eram falsas. (2 Coríntios 1:12,17,23,24 / 2:17 / 3:1,5,6 / 4:2,3,5)

Paulo ou Saulo o antigo perseguidor implacável da Igreja, agora teria que lidar com um estigma que em grande parte era reflexo de seu passado (Atos 7:58-60 / 9:1,2,21), e que lhe causava constrangimentos e oposição perante alguns membros e falsos mestres que estavam influenciando negativamente a comunidade de crentes em Corinto, que usavam sua vida pregressa como argumentação para desaboná-lo e acusá-lo de alguém não confiável. 

O apóstolo tenta então demovê-los daquele erro de leitura sobre sua conversão e de sua entrega incondicional a obra do Senhor, dizendo para aqueles irmãos que seu ministério era dominado pelo amor e sacrifício de Jesus que o movia a agir de igual maneira para com a vida deles vs. 14,15: Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Paulo que no passado interpretava os discípulos de Cristo como impostores cuja mensagem deveria ser silenciada, e que empregara todos seus esforços para persegui-los com o aval da liderança judaica (At 9:1,2), agora estava profundamente estigmatizado pela graça e plenamente envolvido pelo Amor de Jesus, que o havia transformado em uma nova criatura resultando inegavelmente em implicações diretas e contundentes no seu modo de pensar e de agir, que não era mais regido de forma egoísta ou beligerante em relação aos demais vs. 16: Por isso, daqui em diante, não vamos mais usar regras humanas quando julgarmos alguém. E, se antes de nos termos tornado cristãos julgamos Cristo de acordo com regras humanas, agora não fazemos mais isso.

O que ocorre, é que nem sempre as pessoas estarão dispostas a entender a transformação operada pela Palavra de Deus, na vida daqueles que anteriormente passaram por experiências negativas responsáveis pela má fama dos mesmos.  Essa é uma tarefa que demandará tempo para que os que se opõem a graça, compreendam a atuação do Espírito Santo e o poder do Evangelho impresso na vida dos que entregaram a vida para Jesus.

Deus te abençoe,

Franklin Rosa