Previsões Maquiavélicas

Nicolau Maquiavel foi preciso e profético em suas análises sobre o modelo operante de muitas ditaduras e regimes políticos de sua época, e que podemos constatar com espanto em nossos dias. Da mesma maneira, seu olhar agudo e crítico não poupou a postura omissa, indiferente e conivente da sociedade diante da corrupção.

Filósofo, historiador, diplomata e fundador do pensamento e da ciência política moderna, são algumas das credenciais que continuam fazendo do seu discurso 500 anos depois um oráculo atualizado e eloquente quando comparado com as ameaças que enfrentamos no Brasil e no mundo.

Eis abaixo alguns dos pensamentos que escancaram os desmandos e arbitrariedades das autoridades percebidos por ele, e a falta de posicionamento combativo da população:

1. Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos não merece a liberdade. Merece a escravidão.

2. Um país cujas leis são lenientes e beneficiam a contravenção não tem vocação para a liberdade. Seu povo é escravo por natureza.

3. Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em boa parte corrompidas não tem futuro. Só passado.

4. Uma nação, onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver a possibilidade de lucros não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios.

5. Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal não é uma pátria, pois, nesse lugar, não há patriotismo, apenas interesses e aparências.

6. Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores morais, como honestidade, coerência, ética, honra, são sufocados e massacrados, já caiu no abismo há muito tempo.

7. Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profundo, não merece subsistir.

8. Só tenho compaixão daqueles bravos, que se revoltam com esse estado de coisas. Àqueles que consideram normal essa calamidade, não tenho nenhum sentimento.

9. Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!

10. Chegará um tempo em que, um povo para combater a corrupção, talvez tenha que retroagir uns vinte ou trinta anos no Judiciário, pois é nele que se perpetua o mal.

 Nicolau Maquiavel, 1469-1527

O sábio Salomão vomitou sua insatisfação chegando a conclusão de que a história é uma enfadonha e ingrata repetição do passado: "O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9).

O que fica de lição para nós, é que mais perigoso do que desconhecer ou ignorar um passado sombrio, é não aprender com ele reprogramando a rota para o futuro de modo a não cometer os mesmos erros. 

Em relação a isso, afirmou o físico alemão Albert Einstein: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes".

Qualquer semelhança com o que estamos vivendo no Brasil, não é mera coincidência!

 
Grande abraço. 

Deus te abençoe,

Franklin Rosa