Saul, ungido e empossado
Esboço
e material de apoio para Escola Bíblica Betel lição 2 (História de Israel – Da
Monarquia ao Reino Dividido)
Texto Base: 1 Samuel 9:1-12;25
Introdução a lição:
1. Casualidade x Propósito de Deus – O texto base nos informa como uma situação aparentemente
casual foi usada por Deus para promover o encontro de Saul com o profeta Samuel
que iria ungi-lo, e posteriormente empossá-lo como rei.
a. No tocante ao aspecto físico, Saul era alto,
forte e bem apessoado, o tipo de rei que o povo iria se impressionar. Até mesmo
Samuel, com toda sua percepção espiritual, se empolgou quando o viu (10:24). Esse ponto fraco de Samuel -
sua admiração pelas qualidades físicas - transpareceu até mesmo quando ele foi
ungir Davi no lugar de Saul (16:1-7).
2. Israel era um povo escolhido por
Deus (Ex 19:5,6) – Isso não
significa que eram melhores do que qualquer outra nação, mas apenas que foram separados
pelo Senhor para uma obra especial. Por que eles eram diferentes?
a. A salvação vinha dos judeus (Jo 4:22). Em (Gn 12:3) o Senhor disse a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
b. Israel deveria ser a vitrine de Deus. Assim
como Arão e seus filhos foram consagrados para servir como sacerdotes (Êx 28 – 29), a intenção original de
Deus era que todo Israel vivesse como sacerdotes, manifestando a vontade de
Deus, compartilhando suas bênçãos, e influenciando as demais nações a servirem
o Deus Único e Verdadeiro.
c. Israel falhou em sua missão. Infelizmente, em vez de Israel influenciar as
nações a adorar ao Senhor, foram as nações que influenciaram Israel a adotar
seu estilo de vida e a adorar a seus ídolos.
d. A missão foi transferida para a Igreja.
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9).
3. A permissão de Deus não significa
necessariamente vontade de Deus – Às
vezes mesmo contrariado, o Senhor atende uma oração equivocada que fazemos para
tratar com a nossa falta de confiança e petulância em querer ensinar a Ele o
que deve ser feito.
a. (Rm 12:2
NVI) Não se amoldem ao padrão deste mundo,
mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
b. Uma missionária num canal do YouTube chamado Você Interpreta, fez a seguinte
declaração: “A missionária aqui orou e o papai do céu obedeceu”.
c. A melhor oração continua sendo: “Meu Pai, se
possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como
tu queres” (Mt 26:39).
Tópicos da lição
I. Saul foi indicado por Deus como rei
(1Sm 9:1-16)
a. A escolha de Saul como rei estava baseada na autoridade
soberana de Deus.
b. Ela foi transmitida por Samuel que já era
autoridade espiritual em Israel.
c. Isso nos ensina que que ninguém pode fazer a
si mesmo líder se não houver o reconhecimento de Deus, de quem já é autoridade espiritual, e dos que serão
liderados.
II. Saul foi ungido rei e recebeu três
sinais (1Sm 9:17-10;16)
a. É natural quando alguém recebe um chamado de
Deus se sinta incapacitado ou com dúvidas a respeito de tão grande
responsabilidade – Isso demonstra humildade e dependência.
b. Mas semelhantemente como ocorreu com Moisés (Ex 3:7-22 / 4:1-17), Gideão (Jz 6:11-40) e tantos outros, o Senhor
vai usar circunstâncias para testificar a nós sobre a tarefa delegada.
III. Saul foi proclamado rei diante do
povo (1Sm 10:17-26)
a. Mesmo depois de sinais tão claros, a pessoa
que foi escolhida por Deus pode ainda sentir-se temerosa, porém, é necessário
tirar o foco da própria incapacidade e confiar na capacitação de Deus, que
também não exclui o preparo e aperfeiçoamento pessoal para um melhor
desenvolvimento da tarefa delegada.
b. Em casos de liderança ou cargos de destaque, é
necessário o reconhecimento público com a solenidade que a função requer, para
que a pessoa que será empossada tenha noção do privilégio e das
implicações da responsabilidade que está
sendo assumida, bem como para que não haja a banalização e o incentivo para que pessoas mal intencionadas se auto-intitulem
líderes sem o devido processo pelo qual o reconhecimento é legitimado.
IV. Saul e as vitórias alcançadas (1Sm
11:1-13)
a. Uma vez já estando em pleno exercício do
ministério ou da função delegada, o líder chamado por Deus não deve se
acovardar diante dos desafios que serão constantes, e que se revezarão em
níveis de dificuldade maiores ou menores a serem superados com a graça de Deus.
b. O líder não deve fazer concessões que estejam fora
da vontade de Deus e ceder a pressão para atender o desejo do povo, ou amenizar
o sofrimento dele.
* O povo já estava se dando por vencido pela
ameaça de Naás o rei amonita, e tinha proposto uma aliança que não era da vontade
do Senhor. Entretanto, Saul não admitiu tamanha afronta porque seria uma
desonra para o nome do Senhor (1Sm
11:1-15).
c. O líder precisa buscar em Deus discernimento e
desenvolver estratégias para um melhor desempenho da tarefa, mas sem ficar
insensível as mudanças propostas pelo Espírito, e o principal, sem idolatrar o
método em detrimento da unção.
* Saul organizou o exército em três grupamentos
e revestido do Espírito de Deus não temeu seguir suas convicções e venceu os
inimigos que queriam intimidá-lo.
d. O líder tem que ter a habilidade de trazer
para perto de si aqueles que dentre os seus se opõem a ele, porque ou eles
reconhecerão a sua liderança e entenderão que Deus é com ele, ou então, cedo ou
tarde sairão do meio.
* Samuel e Saul não permitiram que ocorresse o
extermínio daqueles que eram contra a liderança do novo rei, e assim, a
liderança de Saul foi fortalecida e o povo convencido de que Deus estava usando
ele para o bem de Israel.
e. O líder tem que ter em mente que tudo o que
ele faz é para a glória de Deus, pois é Deus quem o capacita e que remove
obstáculos.
* O ministério não é propriedade particular. A
frase “o meu ministério” dever ser excluída do nosso vocabulário, pois é Deus
quem concede o dom e a liderança. Da mesma forma como Ele nos dá o privilégio
de fazer a sua obra, Ele pode nos tirar e transferir a outro como aconteceu com
o próprio Saul que passou a valorizar mais o cargo e a função de rei, do que a
verdade e o comprometimento com a vontade de Deus.
V. O reino é renovado em Gilgal (1Sm
11:14,15)
a. Quando o líder se submete a vontade de Deus
sem querer ajudá-lo a ser Deus, o próprio Senhor se encarrega de honrar a sua
liderança e expandir sua atuação e influência sobre os demais.
Conclusão – Saul começou bem, porém terminou mal como
sabemos e veremos na próxima lição. A independência é um problema que tem
destruído inúmeros líderes que teriam um futuro abençoado e honroso, mas que
deixaram o orgulho e o poder dominar suas mentes e corações. Esse mal é antigo tendo
sua gênese no Éden e como protagonistas nos pais Adão e Eva e a sedutora
serpente (Gn 3:1-14).
* A história de Saul deve nos ensinar que tão
importante quanto ser escolhido, é continuar como escolhido cumprindo a
carreira que nos foi proposta (Hb 12:1)
(2Tm 4:7), até que o Senhor Deus nos chame para sermos promovidos ao
ministério celestial junto com tantos outros que já estão o servindo em glória.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa