O trono inabalável da glória de Deus

Texto: Apocalipse 4:1-11

“Depois dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que eu tinha ouvido no princípio, falando comigo como trombeta, disse: "Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas". Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estava um trono no céu e nele estava assentado alguém”.

Tema: O Trono Inabalável da Glória de Deus

Introdução: Entre a nossa realidade e a realidade de Deus existe uma porta de acesso vs. 1, e João foi convidado a entrar por esse portal numa dimensão de revelação.

b. Outros homens de Deus também tiveram experiência semelhante:

* O profeta Isaías viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono (Is 6:1-13).

* O profeta Ezequiel viu os céus abertos e teve visões de Deus (Ez 1:1-28).

* O apóstolo Paulo foi arrebatado ao terceiro céu e ouviu palavras inefáveis (2Co 12:1-4).

* O texto nos apresenta alguns quadros emblemáticos e de profundo significado:

1º A Cena Celestial e a Descrição do Trono

a. João é arrebatado em espírito para a presença de Deus vs. 2. Ele descreve um cenário glorioso de beleza e santidade. A atmosfera está permeada com a adoração dos seres celestiais, os quais estão constantemente louvando e glorificando a Deus. A visão do trono nos lembra que Deus é o justo juiz e soberano de todo o universo, e seu governo é imutável e eterno.

b. Um arco-íris resplandecente rodeia o trono vs. 3, simbolizando a aliança e a promessa Divina feita a Noé e seus filhos (Gn 9:8-17).

c. Vinte e quatro anciãos estão ao redor do trono vs. 4, apontando tanto para o Antigo quanto para o Novo Testamento, simbolizando a totalidade dos remidos do povo de Deus.

d. Sete lâmpadas ardentes estão diante do trono vs. 5, simbolizando a plenitude do Espírito Santo de Deus.

e. Um mar de vidro claro como cristal também está diante do trono vs. 6, possivelmente simbolizando a santidade de Deus.

f. No centro e ao redor do trono estão quatro seres viventes vs. 6-8, que apontam para o Cristo descrito nos quatro Evangelhos como Rei, Servo, Filho do Homem e Filho de Deus.

2º A Santidade de Deus e o Propósito da Adoração

a. A visão do trono nos confronta com a incorruptível, plena e perfeita santidade de Deus. Os seres celestiais nunca cessam de adorar o Criador, proclamando: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso!" vs. 8. Essa adoração incessante nos constrange para a necessidade de reverência e humildade diante da majestade Divina.

b. A visão do trono também revela que a adoração celestial tem um propósito profundo.  À medida que os seres celestiais lançam suas coroas diante do trono vs. 10, eles se rendem e reconhecem a soberania e a autoridade de Deus sobre todas as coisas. Isso nos lembra que nossa própria adoração deve refletir a entrega completa da nossa vida ao Senhor, reconhecendo Seu senhorio em nossa vida.

3º Lições e Aplicações Práticas

a. Discernimento e Prontidão

João recebe uma visão de uma porta aberta no céu, e uma voz o convida a entrar. Isso nos lembra da necessidade de estarmos sensíveis e prontos para a oportunidade de ouvir e responder ao chamado de Deus, sempre dispostos a entrar em Sua presença e desfrutar das riquezas da Sua glória (Ef 3:14-19).

b. Humildade e Rendição

É significativa e impactante a imagem dos vinte e quatro anciãos lançando suas coroas. Apesar da condição glorificada em que estavam, não hesitaram em se prostrar reverentemente diante de Deus. A imagem nos lembra que precisamos nos humilhar e abrir mão de todo orgulho deturpado  reconhecendo a Deus como o centro de nossa vida, e a nossa total dependência D’Ele (1Pe 5:6).

c. Segurança nas Adversidades

É importante perceber que, enquanto a terra enfrenta desafios e turbulências, o trono celestial permanece inabalável. Assim como o trono de Deus permanece firme, Ele é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente em tempos de angústia (Sl 46:1). Ao confiar N’Ele, encontramos paz e proteção contra os inimigos da fé, sabendo que Sua sabedoria e soberania está acima de qualquer situação.

d. Adoração como Estilo de Vida

Ao considerarmos a adoração constante no céu, somos incentivados a trazer essa atitude de reverência e louvor para nossa vida diária. Nossa adoração é um reflexo do reconhecimento da grandeza de Deus e do nosso compromisso com Ele em todos os momentos e ambientes onde estivermos. A verdadeira adoração se verifica na nossa entrega diária em submissão a Sua vontade (Mt 5:16).

e. Esperança na Eternidade

A visão do trono nos lembra que este mundo é transitório, e que o Reino de Deus é eterno. Os relâmpagos, vozes e trovões que saem do trono anunciam uma grande tempestade vs. 5, a saber – a grande tribulação. Todavia, nossa esperança está firmemente ancorada em Sua promessa de vida eterna, e por esta razão não devemos ficar abalados (1Jo 2:25).

Conclusão: Apocalipse 4 é uma imagem eloquente da majestade, soberania e fidelidade do Senhor Nosso Deus. Enquanto enfrentamos desafios neste mundo, podemos encontrar consolo e esperança ao contemplar em espírito de oração a realidade eterna do trono celestial. Deus está assentado firmemente em Seu trono, controlando todas as coisas de acordo com Seu perfeito propósito. Que nossa adoração e submissão contínuas expressem nossa gratidão pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores, que reina para sempre e sempre. Amém.

 

Deus te abençoe,

Franklin Rosa