Quando uma pessoa se torna insensata e miserável?


Texto: Lucas 12:16-21

“Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus”.

Tema: Quando uma pessoa se torna insensata e miserável?

Introdução: Nesta parábola, vemos um homem rico que teve uma colheita abundante e, ao invés de usar sua riqueza com gratidão e generosidade para a glória de Deus, decidiu construir celeiros maiores para armazenar seus bens e viver uma vida de luxo e prazer. Mas o que Jesus nos ensina aqui não é apenas sobre a importância de fazer bom uso dos recursos que Ele mesmo nos proporciona, mas sobre o perigo de viver exclusivamente para si mesmo.

b. A Sagradas Escrituras nos ensinam que devemos buscar sabedoria em Deus para sermos ricos de valores que são eternos (Pv 3:7) (Mt 6:19-21) (1Co 3:18-20) (Tg 1:5 / 3:13,17). Observando a dura reprovação que o homem rico da parábola recebeu, devemos nos perguntar com toda sinceridade e seriedade: Quando uma pessoa se torna insensata e miserável?

1. Quando vive consumida pelo acúmulo de riquezas.

O homem da parábola é descrito como alguém cuja terra produziu com abundância. Em vez de usar essas riquezas para abençoar outros, ele decidiu erguer um altar de adoração a Mamon no seu coração (Mt 6:24), construindo celeiros maiores para armazenar suas riquezas. A atitude desse homem reflete a ganância desenfreada, que é o desejo insaciável de acumular mais e mais bens materiais. Essa inclinação é um ídolo incompatível com o Evangelho de Jesus.

2. Quando sua consciência é orientada pela auto-indulgência.

O homem rico se entregou ao prazer pessoal, e nem mesmo se deu ao trabalho de refletir sobre seu pecado de independência de Deus. Ele disse a si mesmo: "Descansa, come, bebe e regala-te". Essa mentalidade egocêntrica, demonstra como a fácil aceitação dos próprios defeitos, pode levar alguém à busca insensata de prazeres materiais, em detrimento de valores espirituais que é a verdadeira riqueza que alguém pode conquistar (Mt 6:19-21).

3. Quando lhe falta solidariedade para com próximo.

Uma das lições implícitas dessa passagem, é a falta de consideração do homem rico pelo seu próximo. Ele não demonstra compaixão ou generosidade em relação aos necessitados ao seu redor. A ânsia por acumular bens materiais o tornou insensível às necessidades dos outros, o que é um perigo real desse pecado. A ganância é um caminho que nos afasta de Deus, nos torna egoístas e insensíveis às carências e fragilidades dos que nos cercam (Pv 3:27,28).

4. Quando se deixa iludir pela segurança material.

Aquele homem acreditava que tinha muitos anos de segurança pela frente confiando em sua própria capacidade de gestão e empreendedorismo. Ele estava convencido de que suas riquezas proporcionariam estabilidade e satisfação contínuas. No entanto, a resposta de Deus foi severa, lembrando-o de que sua vida era incerta e que seria chamado para prestar contas a Deus (Ec 12:14), e de que todo seu esforço seria em vão.

5. Quando não percebe o perigo de viver para si mesmo.

Jesus conclui a parábola chamando o homem que se achava rico de insensato (louco, desajuizado), por viver apenas para si mesmo e não se empenhar em ser rico para com Deus. E como podemos enriquecer diante de Deus? A resposta é simples. A verdadeira riqueza não está nas riquezas materiais que acumulamos (Ap 3:17), mas na nossa relação com Deus e na capacidade de amar e servir aos outros. Essa é a essência do ensinamento de Jesus.

Conclusão: A ganância pode nos distrair daquilo que realmente importa, e nos faz esquecer da fragilidade da vida. Nós não fomos criados para vivermos de forma ego-centrada, acumulando riquezas apenas para nosso próprio desfrute. Fomos criados para amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao nosso próximo como a nós mesmos (Mc 12:30,31). A busca desenfreada por prazeres materiais e ansiedade quanto ao futuro, pode nos fazer esquecer o propósito eterno da nossa vocação (1Pe 2:9).


Deus te abençoe,

Franklin Rosa