Encontrando em Jesus o sentido para a vida
Texto: Atos 17:28
“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos,
como disseram alguns dos poetas de vocês: Também somos descendência dele”.
Tema: Encontrando em Jesus o sentido para a vida
Introdução: Paulo estava em Atenas, uma das cidades mais
importantes do mundo antigo em termos de filosofia, cultura e religião. Ele
havia chegado ali após enfrentar diversas dificuldades e perseguições em outras
regiões vs. 1-14. Ao chegar em
Atenas, o apóstolo ficou profundamente perturbado ao ver a adoração a uma
variedade de ídolos e deuses gregos, incluindo um altar dedicado ao "Deus
Desconhecido" vs. 16,23.
b. No areópago, após alguns debates e
argumentações vs. 17,18, Paulo passou
a explicar aos filósofos e pensadores epicureus e estóicos a respeito de sua
“nova doutrina” vs. 19-21. Em seu
discurso, ele começou reconhecendo o desejo espiritual do povo ateniense vs. 22, e mencionou o altar ao
"Deus Desconhecido" como um ponto de partida para sua pregação. Ele
usou a cultura e a religião grega para apresentar o Evangelho de Jesus Cristo
como a verdadeira resposta aos anseios espirituais da humanidade.
c. É nesse contexto, que ele usa a
citação de alguns poetas gregos vs. 28,
para explicar aos atenienses que o Deus que ele estava anunciando não era um deus
distante e desconhecido, mas um Deus pessoal e amoroso que é o Criador e Senhor
de tudo e de todos, e que somente N’Ele encontramos sentido para a vida.
1. Somente em Jesus
encontramos nossa origem
No versículo base
da nossa meditação, Paulo nos lembra de uma verdade fundamental da fé cristã:
nossa origem está em Jesus. Ele é o Criador de tudo: “Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as
coisas, e nele subsistem todas as coisas” (Cl 1:16,17). Em (Jo 1:3)
lemos: "Todas as coisas foram feitas
por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez". Quando
compreendemos nossa origem nossa perspectiva e valores sobre a vida mudam, pois
Ele é quem nos deu o maravilhoso dom de coexistir junto com toda criação. Somos
mais do que um mero acidente do universo em processo de evolução. Somos amados
e intencionalmente criados por Ele. O salmista extasiado declarou: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste
no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e
admirável” (Sl 139:14).
2. Somente em Jesus
encontramos nosso propósito
Respondendo a
um mestre da lei Jesus disse que devemos amar a Deus com todo o nosso ser e ao
próximo como a nós mesmos (Mt 22:37-39).
Isso implica em que o nosso propósito não é viver em função de nós mesmos, mas servir
a Deus servindo aos outros. Alguém já disse que “se não temos disposição para
servir, então, não servimos para glorificar a Deus”, como nos ensinam as
Sagradas Escrituras (Is 43:7) (Ef 1:5,6). Jesus deu o exemplo dizendo
que “não veio para ser servido, mas para
servir” (Mt 20:28). Enquanto os
discípulos estavam preocupados disputando cargo, poder e status, Ele se despiu
e começou a lavar os pés deles demonstrando qual era o propósito (Jo 13:1-17). Como discípulos de Jesus
não estamos vagando sem rumo, ou vivendo para o nosso próprio deleite, mas
somos chamados a viver uma vida que glorifica a Deus buscando incessantemente fazer
a sua vontade. O crente é um imitador de Cristo chamado para servir como agente
do seu amor e reconciliação no mundo.
3. Somente em Jesus
encontramos nosso sustento
Em (Jo 6:35) Jesus se identificou como o "Pão da Vida", dizendo que aquele
que vai a Ele não terá fome. Essa declaração foi feita no dia seguinte após o
milagre da multiplicação dos pães e peixes, em que Ele alimentou uma multidão
de mais de cinco mil homens fora mulheres e crianças. Jesus aproveitou a
circunstância para ensinar que Ele é a fonte abundante de alimento espiritual
para seus discípulos. Assim como o pão sustenta o corpo físico, Jesus sustenta
a alma e o espírito de todos quanto buscam N’Ele saciar a fome com o “verdadeiro pão do céu” (Jo 6:32). Diferente do maná que os
israelitas comeram no deserto que alimentava apenas o corpo e satisfazia uma
necessidade imediata e temporal, Jesus como “o
Pão Vivo que desceu do céu” é a provisão de Deus que alimenta nossa alma
para a eternidade. À vezes, nos sentimos fracos, mas Jesus é quem nos sustenta com
força e graça: “A minha graça é
suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9,10).
4. Somente em Jesus
encontramos nossa identidade
Em Cristo,
somos adotados como filhos de Deus (Jo
1:12): "Mas a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus". Passamos então,
a fazer parte da família da fé, a Igreja, e somos chamados para viver em
comunhão com outros crentes, crescendo juntos na graça e no conhecimento D’Ele.
Essa filiação nos identifica com Jesus, e passa necessariamente por uma
transformação interior: "Assim que,
se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas" (2Co 5:17).
Isso significa que, através do Espírito Santo, somos capacitados a viver de
maneira justa e santificada refletindo o caráter de Cristo. Mas como filhos, somos
também considerados herdeiros das promessas de Deus, porque nos identificamos com
os sofrimentos de Jesus: “E, se nós somos
filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de
Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados” (Rm 8:17).
Conclusão: A defesa do Evangelho feita por Paulo no Areópago diante
dos filósofos gregos, é um bálsamo para nossa alma, pois nos convida a refletir
sobre a profundidade e beleza da nossa fé. Esta simples declaração do verso 28, é uma afirmação irrefutável de
que somos cidadãos de um reino que tem fundamento sólido que não pode ser
abalado (Hb 12:28). Finalizo essa
reflexão, com as palavras do mesmo apóstolo a Igreja em Colosso: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo
Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados
na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão" (Cl 2:6,7).
Deus te abençoe,
Franklin Rosa