Celebrando a Ceia do Senhor de maneira digna
Texto: 1 Coríntios 11:17-22,27-34
Tema: Celebrando a Ceia do Senhor de maneira digna
Introdução: O trecho de 1
Coríntios 11 que trata sobre a ceia do Senhor é extremamente constrangedor,
porque lida com as incoerências de uma Igreja que tinha muito carisma e pouco
caráter, muito poder e pouca piedade, muitos dons e pouca doação, muita unção e
pouca empatia, muito discurso e pouca prática. Enfim, aquela era uma Igreja
disfuncional.
b. Para corrigir a carnalidade presente
em Corinto, Paulo apóstolo faz dura crítica pela maneira envaidecida, egoísta e
segregacionista com que eles se reuniam, e chama a atenção para as implicações danosas
tanto no âmbito individual como coletivo, por não discernirem o corpo de Cristo
celebrando a ceia do Senhor sem reverência, sem unidade e sem consideração
pelos irmãos mais simples.
c. Conquanto aquela Igreja fosse totalmente
desordenada em seu modelo operante, Paulo demonstra a eles que existia uma
maneira honrosa e coerente para se reunirem, de modo que todos os membros
fossem edificados, respeitados e o nome do Senhor glorificado. Veremos a
seguir, como podemos nos reunir para melhor como Igreja e não para pior.
1. Promovendo a unidade ao invés da divisão vs. 17-19
* A igreja em Corinto se comportava de
maneira infantil e estava dividida em “panelinhas”, “rachada” em suas vaidades.
Os crentes daquela congregação tinham suas preferências de preletor. Uns se
diziam de Paulo, outros de Apolo, e ainda outros de Pedro (1Co 3:4-7,21-23). Mais do que simplesmente expor o pecado deles de
fracionar o Corpo de Cristo em suas predileções carnais e desprezo pelos irmãos
humildes, Paulo estava exortando eles a se unirem em uma só fé, um só corpo, um
só Espírito mantendo o vínculo da paz (Ef
4:1-6). Quem divide ou destrói o templo do Espírito Santo - a Igreja, está
sujeito à severa punição (1Co 3:16,17).
Uma Igreja dividida fica fragilizada e vulnerável espiritualmente aos enganos e
ataques de satanás. No entanto, uma Igreja unida no mesmo propósito é abençoada
por Deus, e cumpre sua missão com êxito mesmo em meio às duras perseguições (At 2:46,47 / 4:32,33).
2. Comportando-se como crente e não como mundano vs. 20-22
* Alguns
irmãos estavam se embriagando e cometendo o pecado da gula. A orientação de
Paulo enfatiza a importância de compartilhar a Ceia do Senhor de maneira digna
e reverente, e não de maneira auto-gratificante. Ele critica a prática de
alguns que estavam dando mau testemunho assemelhando-se ao comportamento dos
descrentes. Aquele grupo de irmãos não havia entendido o que era apresentar o
corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus oferecendo um culto com
equilíbrio e discernimento (Rm 12:1).
A mentalidade deles precisava ser renovada, pois ainda mantinham padrões
mundanos em suas atitudes, o que os impedia de experimentar a vontade plena do
Senhor para a vida deles (Rm 12:2). Quanto
a esta questão, temos uma orientação expressa a respeito de suas implicações
dada pelo Senhor Jesus: “E olhai por vós,
não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez,
e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc 21:34).
3. Mantendo-se saudável espiritualmente em todo o tempo vs. 27-32
* O examine-se deve ser um prática
diária, e não um recurso de última hora. Como brasileiros nós temos um péssimo
hábito já enraizado há muito tempo na nossa cultura – o de deixar coisas
importantes para serem resolvidas no último momento. O problema é que esse
mesmo “modus operandi” já está enraizado no comportamento espiritual de muitos
crentes, que vão procrastinando o devido tratamento que devem dar a pecados e
maus hábitos presentes em suas vidas. Creio que pedir perdão pelos pecados
cometidos para então participar da Ceia do Senhor é algo bom e necessário. No
entanto, melhor será se mantermos uma postura de vigilância constante na luta
contra nossas inclinações carnais, para não chegar na mesa do Senhor com aquela
sensação de consciência pesada por conta de pecados rotineiros tratados de
maneira leviana – “Por isso procuro
sempre conservar minha consciência limpa diante de Deus e dos homens!” (At 24:16).
4. Honrando e se solidarizando com os mais simples vs. 33,34
* Sabendo
esperar e compartilhar com os irmãos de menos recursos, significa não “atropelar”
a dignidade e consciência deles. Ao que parece, a ceia em Corinto era um
desfile de vaidade, ostentação e desentendimento. Alguns dos corintos eram
rápidos em examinar a vida alheia, mas tardios e incapazes de reconhecer o
próprio pecado de egoísmo e desonra para com os mais necessitados e sem status
na comunidade. No capítulo 12 versos 22
ao 25, Paulo diz que devemos cuidar uns dos outros e que os membros que
aparentam ser mais fracos a quem reputamos na nossa maneira carnal de
interpretar como sendo menos dignos de honra, estes são indispensáveis para o
bom funcionamento do corpo – a Igreja, e devem ser tidos em alta consideração. No
capitulo 2 versos 1 ao 6 da epístola
de Tiago, é dada uma orientação a Igreja para que eles não fizessem
acepção de pessoas desonrando os pobres e privilegiando os ricos. Orientando
seu jovem discípulo Timóteo acerca do cuidado com os velhos e com as viúvas,
Paulo afirmou categoricamente que “se
alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé,
e é pior que um incrédulo” (1Tm 5:8).
Conclusão: Em síntese, Paulo trata a respeito da necessidade de
autoexame, da humildade e respeito pelos outros membros da Igreja, a fim de
participar dignamente da Ceia do Senhor. Em última análise, a passagem aponta
para a importância de viver em unidade e amor, lembrando-se do significado
profundo da Ceia como um ato sagrado que simboliza a morte de Cristo e a
comunhão entre os crentes.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa