A vocação missionária da Igreja
Texto: Romanos 10:17
“Logo
a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”.
Tema:
A vocação missionária da Igreja
Introdução: Algumas
pessoas questionam porque é dada tanta ênfase em missões? A resposta é muito
simples e óbvia:
1º
Porque existe uma ordem expressa (Mc 16:15): “E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura”.
*A
pregação do Evangelho não é um quesito opcional para quem creu e foi salvo, mas
uma tarefa indispensável, intransferível e inadiável que faz parte do “combo”
da vocação de todo crente.
2º
Porque a compaixão pelos perdidos é uma das marcas do cristão (Mc 6:34): “Quando Jesus saiu do barco e viu uma grande multidão, teve compaixão
deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar-lhes muitas
coisas”.
*Se somos
imitadores de Cristo devemos ter compaixão pelos perdidos como Ele teve, quando
viu uma multidão cansada e desorientada abandonada a própria sorte.
3º
Porque somos fruto da pregação missionária (Rm 15:20a): “Sempre fiz questão de pregar o evangelho
onde Cristo ainda não era conhecido...”.
*Paulo foi
um dos que abriram caminho para a pregação fora da geografia de Jerusalém.
Assim como ele, vários outros durante os séculos posteriores entenderam a
necessidade da pregação missionária que chegou até nós em nosso tempo. Devemos
não somente ter gratidão pela vida destes abnegados servos de Deus, mas nos
esforçar para que outros também sejam salvos.
b. Posto estas razões inquestionáveis, o
contexto imediato do verso 17
destaca ainda 3 verdades que devem motivar a pregação do Evangelho fora das
fronteiras do culto/templo:
1. A primeira é que existe uma promessa de salvação vs. 13
: “Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.
a. Toda a humanidade está sob o domínio
do pecado devido à desobediência inicial de Adão no Jardim do Éden (Rm 5:12). O pecado tem como
consequência a separação espiritual de Deus (Is 59:2), e esta condição afeta todos os seres humanos (Rm 3:23). No entanto, a promessa de
salvação em Cristo é baseada no fato de que Jesus veio ao mundo para
reconciliar a humanidade com o Criador (2Co
5:19) (1Tm 1:15).
b. A morte de Jesus na cruz foi o
sacrifício vicário pelos pecados da humanidade (Hb 9:28) / 10:10). Jesus, sendo sem pecado tomou sobre si os
pecados dos seres humano, permitindo a reconciliação com Deus (Rm 5:10) (2Co 5:21).
c. A ressurreição de Jesus dentre os
mortos é a confirmação da vitória sobre o pecado e a morte (1Co 15:55-57). Sua ressurreição é a esperança para a vida eterna daqueles
que N’Ele crêem (Jo 11:25,26).
d. A salvação em Cristo é o dom
gratuito e não merecido de Deus concedido pela Sua graça (Rm 3:24) (Ef 2:8,9). No entanto, a promessa de salvação exige uma
resposta pessoal de arrependimento e fé (Mt
3:2 / 4:17) (Mc 1:15). Aqueles que reconhecem seus pecados, se arrependem e
colocam sua fé em Jesus como Senhor e Salvador são considerados justificados
diante de Deus (At 13:39) (Rm 5:1) (1Co
6:11) (Gl 2:16) .
2. A segunda é que existe uma necessidade
de pregação vs. 14,15: “Como, pois, invocarão aquele em quem não
creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não
houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?”.
a. A pregação do Evangelho deve ser
interpretada como uma expressão de amor ao próximo (Mt 22:39). Como cristãos, acreditamos que a mensagem do Evangelho
oferece esperança, salvação e reconciliação com Deus, e compartilhar essa
mensagem é uma maneira de demonstrar amor e cuidado pelos outros.
b. A pregação do Evangelho é o meio pelo
qual as pessoas podem ouvir, entender e responder à mensagem de Cristo (Jl 2:32). Quando o Evangelho é
anunciado a consciência da pessoa é inevitavelmente afetada. É verdade que
alguns ouvem e rejeitam para a própria condenação (Is 53:1) (Rm 10:16), entretanto, outros ouvem e se deixam
transformar para a salvação.
c. Embora o ato verbal de comunicar a
mensagem da salvação aos perdidos seja a forma mais usual e indiscutivelmente
efetiva, o testemunho vivo e pessoal de como a fé em Cristo transformou a vida
daqueles que tiveram experiência com o poder do Evangelho, também é altamente
eloquente e impactante (Jo 4:28-30 / 7:31
/ 11:45).
d. A consciência da condição pecaminosa
da humanidade deve levar cada discípulo genuíno de Cristo a sentir
responsabilidade de compartilhar a mensagem da salvação “aqui”, “ali” e “além” (Mt 28:19) (Lc 24:47) (At 1:8), ou
seja, todos os meios e esforços devem ser empregados para que o Evangelho seja
anunciado no seu tempo e contexto a curto e médio alcance, e além das
fronteiras da nossa possibilidade pessoal enviando e provendo recursos para os
que foram vocacionados para esta missão.
3. A terceira é que existe uma honra na missão
vs. 15b: “Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz, dos que
trazem boas novas!”.
a. O mensageiro (missionário) do
Evangelho é aquele que anuncia a boa nova de pacificação com Deus, aquele que
apregoa que o muro da separação do pecado foi derrubado (Ef 2:13,14). O apóstolo Paulo em (Rm 10:15) citando o profeta Isaías em (Is 52:7) diz: “Quão formosos
os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de
boas coisas”. A figura usada nessas passagens é a mesma de um mensageiro
que em tempos de guerra está sendo aguardado ansiosamente por aqueles que estão
se protegendo nos montes, e que chega apressadamente para anunciar a paz e o
fim do conflito. Esses mensageiros (missionários), serão reconhecidos como
filhos de Deus (Mt 5:9).
b. O apóstolo Pedro nos dá a razão do
privilégio em pregar o Evangelho, e afirma o propósito honroso para o qual
fomos chamados: “Vocês, porém, são
geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para
anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz” (1Pe 2:9).
c. Aqueles que se envolvem ativamente
em pregar o Evangelho experimentam um crescimento espiritual pessoal (1Pe 3:18). O ato de compartilhar a fé em
Cristo fortalece a própria compreensão e o compromisso com os ensinamentos de
Jesus.
d. Como cristãos, precisamos entender a
oportunidade de pregar o Evangelho como uma resposta de gratidão pelo que
recebemos através da fé em Jesus, e uma forma de retribuição pela bênção que
recebemos (1Co 15:58).
Conclusão:
O anúncio do Evangelho é fundamental para que as pessoas tenham a
chance de ouvir, crer e invocar o nome do Senhor para a salvação. A
responsabilidade e o privilégio de compartilhar a mensagem redentora de Cristo
para que mais pessoas possam conhecer e experimentar a graça Divina, foi
delegada a Igreja que deve empenhar-se nessa tarefa demonstrando seu amor e
gratidão.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa