Eu creio em Deus, mas... creio que todos os caminhos levam a Ele

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (João 14:6)

Este é mais um tema com o qual, não raramente, tenho que lidar. É muito comum ouvir de algumas pessoas que elas acreditam em Deus, mas defendem a ideia de que todos os caminhos levam a Ele. Elas afirmam que não importa em quem ou no que você acredita; contanto que tenha fé, seja uma boa pessoa, pratique boas ações e não prejudique ninguém, está tudo certo com o "Cara lá de cima". Ou ainda que cada religião possui sua própria verdade e que Deus, sendo amoroso, no final, aceita a todos, independentemente de sua crença. Alguns chegam a nos acusar, como cristãos, de sermos exclusivistas ou arrogantes por afirmar que somente Jesus é o caminho para a salvação. Eu entendo o desejo por harmonia e tolerância que motiva essas declarações, mas precisamos tratar essa questão à luz da verdade da Palavra de Deus, pois ela é o veredicto final sobre a Sua vontade e verdade.

A Bíblia Sagrada nos alerta em Provérbios 14:12 e reafirma posteriormente em Provérbios 16:25 que: "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte". Jesus foi muito claro quando disse que Ele é o único caminho de acesso ao Pai. Essa declaração não é apenas mais uma entre as muitas ditas por um mero sábio, mas um marco que define toda a fé cristã. Não se trata de arrogância ou exclusivismo humano; é a própria Palavra de Deus expressando Sua verdade. O plano de salvação foi estabelecido por Deus desde o início, e desde o pecado de Adão e Eva, Ele anunciou um Redentor que esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15) — uma referência a Satanás. Esse Redentor é Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).

O problema com a ideia de que “todos os caminhos levam a Deus” é que ela ignora a realidade do pecado e da santidade de Deus. A Bíblia ensina que todos pecaram e estão separados de Deus (Romanos 3:23). Se todos os caminhos fossem suficientes, qual seria a necessidade de Jesus sofrer e morrer em nosso lugar? Deus poderia simplesmente ignorar o pecado, mas isso seria contra Sua justiça. Isaías 53:5 diz: "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados." Só por meio do sacrifício de Jesus a justiça de Deus foi satisfeita, e isso torna Cristo o único, exclusivo e suficiente mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), e mais ninguém.

Paulo também nos lembra que o Evangelho de Jesus Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16). Não existe outro poder capaz de redimir o ser humano além do Evangelho. As boas obras, a moralidade ou a adesão a outros sistemas religiosos são insuficientes para salvar, pois a Bíblia deixa claro que nenhum esforço humano pode alcançar o favor de Deus. Como Isaías 64:6 afirma, que até mesmo nossas melhores obras são como trapos de imundícia diante de d’Ele. Em Efésios 2:8-9, o mesmo apóstolo nos lembra: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." A salvação é exclusivamente pela graça de Deus por meio da fé em Cristo. Somente Jesus, através de Sua morte e ressurreição, pode nos justificar e nos reconciliar com o Pai (Romanos 5:1), pois Ele carregou nossos pecados em Seu corpo na cruz (1 Pedro 2:24), oferecendo o único sacrifício suficiente para satisfazer a justiça divina e quitar nossa dívida com Ele (Colossenses 2:13,14).

Quanto à acusação de exclusivismo, precisamos lembrar que a exclusividade de Cristo não é uma invenção dos crentes, mas uma revelação divina. Deus nos oferece um único caminho porque, sendo perfeito, santo e justo, Ele não pode ignorar o pecado, mas, ao mesmo tempo, nos ama profundamente e deseja nos reconciliar consigo. Em João 3:16, lemos: “Porque Deus tanto amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Essa oferta não exclui ninguém; pelo contrário, é um convite universal para que todos creiam em Jesus e O recebam como único e suficiente Salvador. No entanto, a fé bíblica se evidencia na obediência e prática dos princípios revelados nas Escrituras, não é uma mera concordância intelectual.

Portanto, devo dizer que não se trata de intolerância religiosa, mas de fidelidade à verdade revelada pela Palavra de Deus. Como cristãos, temos a responsabilidade de proclamar o único caminho, mesmo que isso não seja popular ou bem recebido. Em Atos 4:12, Pedro declara com ousadia: "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos." Ignorar isso seria negligenciar a mensagem que Deus nos confiou.

Meu apelo é que você reflita sobre essas palavras. Jesus não é apenas mais um entre muitos; Ele é o único Salvador, o único Caminho, a única Verdade, e somente n'Ele temos a vida eterna, segura e garantida. Nenhum outro ousou dizer o que Ele disse. Não rejeite a graça que Deus oferece. O Evangelho é a verdade que liberta e o poder que salva. Escolha o caminho da vida eterna em Cristo.

 

Deus te abençoe,

 

Franklin Rosa

 

Bibliografia:

●Bíblia de Estudo Thompson: Cadeia temática de referências cruzadas – Frank Charles Thompson

●Comentário Bíblico Wiersbe: Vol. 1 Antigo Testamento / Vol. 2 Novo Testamento – Warren W. Wiersbe