Eu creio em Jesus, mas... não creio que ele é Deus

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” – (João 1:1-3,14).

Não é raro as vezes em que pessoas de outras religiões ou crenças me abordam dizendo que acreditam em Jesus, mas de uma forma diferente da que a teologia protestante/evangélica ensina. Algumas dizem que Jesus era apenas um profeta, outras afirmam que Ele era um mestre moral, ou um exemplo de bondade e retidão a ser imitado. Eu sempre fico pensativo pelo fato de que reconhecem algo especial em Jesus, mas também me sinto impelido a compartilhar a verdade completa, porque acreditar em Jesus somente como homem é ignorar o que Ele mesmo afirmou sobre si.

A Bíblia deixa claro que Jesus é Deus. Desde o início, o Evangelho de João declara que o Verbo, que é Jesus, estava com Deus e era Deus. E quando lemos que "o Verbo se fez carne", entendemos que o próprio Deus assumiu a forma humana para habitar entre nós. Jesus não se manifestou apenas como um mero homem; Ele fez afirmações sobre Si mesmo que nenhum profeta ou mestre moral teve a ousadia de fazer. Em João 8:58, Jesus disse: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou." Esse "Eu Sou" não é simplesmente uma declaração de existência; é uma reivindicação direta ao nome que Deus revelou a Moisés na sarça ardente em Êxodo 3:14: "Eu Sou o que Sou." Jesus estava dizendo claramente que Ele é o mesmo Deus que falou a Moisés.

Outra evidência inquestionável está em João 10:30, quando Jesus disse: "Eu e o Pai somos um." Os judeus que ouviram isso imediatamente pegaram pedras para apedrejá-lo, porque entenderam que Ele estava se igualando a Deus. Não há como fugir disso: Jesus afirmou ser Deus de forma explícita, e as pessoas ao seu redor compreenderam o que Ele queria dizer. Em Colossenses 1:15-20, Paulo escreve que Jesus é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação, e que todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Quem, além de Deus, poderia ser o Criador e Sustentador de todas as coisas?

Alguns podem argumentar que Jesus nunca disse diretamente "Eu sou Deus", mas isso é uma simplificação. Suas ações também confirmam Sua divindade. Jesus perdoava pecados (Marcos 2:5-7), algo que, como os líderes religiosos da época sabiam, só Deus poderia fazer. Ele aceitou adoração em várias ocasiões, como em Mateus 14:33, quando os discípulos O adoraram após Ele ter caminhado sobre as águas. Se Jesus fosse apenas um homem ou um profeta, teria rejeitado tal adoração, como vemos outros servos de Deus fazendo na Bíblia (Apocalipse 22:8-9). No entanto, Jesus aceitou porque Ele é digno — Ele é Deus.

Quando pessoas dizem que acreditam em Jesus, mas não acreditam que Ele é Deus, é  necessário ensiná-las que essa crença não é consistente com o que a própria Bíblia ensina. A própria Escritura apresenta Jesus como Deus encarnado, desde as palavras que Ele pronunciou até os atos que realizou, incluindo o perdão de pecados e a aceitação de adoração. No entanto, algumas pessoas, como as Testemunhas de Jeová, argumentam que nossa tradução das passagens que afirmam a divindade de Jesus está errada. Elas alegam que certos textos foram mal traduzidos e, por isso, produziram sua própria versão da Bíblia (customizada), chamada Tradução do Novo Mundo, na qual modificaram versículos-chave para apoiar sua heresia teológica.

Um dos versículos frequentemente citados por eles é o nosso texto base. Em nossas traduções, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” No entanto, na Tradução do Novo Mundo, eles traduzem a última parte como “o Verbo era um deus”. Esse pequeno “um” faz uma grande diferença e reduz Jesus a uma criatura, em vez de identificá-lo como o próprio Deus. O argumento deles se baseia na ausência do artigo definido antes da palavra “Deus” (Theos) no grego. Segundo alguns estudiosos, essa interpretação é inconsistente com a gramática grega. No idioma original, a estrutura da frase não exige o artigo para que a palavra “Deus” seja compreendida como uma referência à divindade plena. É preciso observar que o contexto de João 1 deixa claro que o Verbo é eterno e está intimamente ligado a Deus como Criador de todas as coisas, algo que jamais seria dito de um “deus” inferior.

Outro versículo frequentemente revisado por eles também é o já citado anteriormente Colossenses 1:15-20, onde Paulo afirma que Jesus é “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação”. Os TJ’s adicionam a palavra “outras” no texto, dizendo que “todas as outras coisas foram criadas por meio dele”, implicando que Jesus foi criado primeiro e, em seguida, participou da criação. No entanto, essa palavra “outras” não está no texto original grego. Paulo está afirmando que Jesus é o Criador de tudo, e ao chamá-lo de “primogênito”, está enfatizando sua supremacia e autoridade sobre a criação, e não que Ele fosse uma criatura.

As Testemunhas de Jeová também reinterpretam Filipenses 2:6, onde Paulo declara que Jesus “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”. Na Tradução do Novo Mundo, o texto é alterado para algo como “não deu consideração a uma usurpação, que ele devesse ser igual a Deus”. Essa mudança sutil tenta desviar do fato de que Jesus, sendo Deus, escolheu humilhar-se voluntariamente para nos salvar. Porém, o texto grego original claramente apresenta Jesus como alguém que é igual a Deus, mas que renunciou a glória celestial para se tornar servo.

Essas alterações não são apenas questões de tradução, mas uma distorção intencional do texto para se adequar a uma teologia que nega a divindade de Cristo. Quando confrontados com essas ideias, é importante apontar que a imensa maioria das traduções confiáveis da Bíblia, feitas por estudiosos de diversas tradições cristãs, concorda com a interpretação que apresenta Jesus como Deus. Devemos lembrar novamente que o próprio Jesus afirmou claramente: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), e aceitou adoração como Deus, algo que seria inaceitável para um mero profeta ou anjo.

Se Jesus fosse apenas um profeta, então Ele teria sido um blasfemo por fazer tais afirmações. Mas se Ele é quem disse ser — Deus em carne — então Ele merece nossa total confiança, adoração e obediência. Essa é a verdade inegociável que a Bíblia nos ensina: "E novamente, quando Deus introduz o Primogênito no mundo, diz: ‘Todos os anjos de Deus o adorem" (Hebreus 1:6). Os anjos, criados para adorar somente a Deus, recebem ordem de adorar Jesus, confirmando Sua divindade

Quando argumento essas verdades com alguém, não é para vencer um debate, mas para que conheçam o Salvador verdadeiro. Jesus não é apenas uma figura histórica ou um grande mestre; Ele é o próprio Deus que veio até nós para nos resgatar. Sem essa verdade, a fé em Jesus fica incompleta.

 

Deus te abençoe,

 

Franklin Rosa

  

Bibliografia:

●Bíblia de Estudo Thompson: Cadeia temática de referências cruzadas – Frank Charles Thompson

●Comentário Bíblico Wiersbe: Vol. 2 Novo Testamento – Warren W. Wiersbe

Como Responder às Testemunhas de Jeová Volume 1 – Esequias Soares da Silva

Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (Edição de Estudo)

Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (Revisão de 2015)

Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (Edição de 1986)

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