Perdi a fé
“Tendo aparência de piedade, mas
negando o seu poder. Afaste-se também destes.” — 2 Timóteo 3:5
Do alto da minha jactância travestida
de piedade, percebi que me desfigurei diante do Sagrado. Por isso, venho a
público confessar: perdi a fé.
Perdi a fé na
religião que impõe fardos pesados, sem compaixão nem sentido.
Mas encontrei esperança no
evangelho que estende os braços e diz: “Vinde a Mim, descansai comigo.”
Perdi a fé na religião que
exalta homens e os veste de glória emprestada.
Mas encontrei esperança no
evangelho que coroa apenas Cristo, o Rei da eterna morada.
Perdi a fé na religião que vende
o sagrado, cobrando pela graça infinita.
Mas encontrei esperança no
evangelho que se dá por amor, sem preço, sem dívida.
Perdi a fé na religião que ergue
muros com medo e controle, sufocando a liberdade.
Mas encontrei esperança no evangelho que rompe
as correntes e nos chama à verdade.
Perdi a fé na religião que
idolatra costumes e apaga a luz da essência.
Mas encontrei esperança no
evangelho que faz nova toda existência.
Perdi a fé na religião que julga
o simples e despreza o coração sincero.
Mas encontrei esperança no
evangelho que vê o invisível e salva o quebrantado do inferno.
Perdi a fé na religião que
rejeita o desesperado, sufocando sua dor em silêncio.
Mas encontrei esperança no
evangelho que toca as feridas e sussurra alívio e alento.
Perdi a fé na religião que exige
perfeição para ser digno de ser amado.
Mas encontrei esperança no
evangelho que, na cruz, abraçou o pecador mais desgraçado.
Perdi a fé na religião que
semeia arrogância e divide em castas o céu.
Mas encontrei esperança no
evangelho que reúne os humildes sob o mesmo véu.
Perdi a fé na religião que
promete o que não tem e responde sem profundidade.
Mas encontrei esperança no
evangelho que é fonte eterna de luz e verdade.
Perdi a fé na religião que veste
o sagrado com pesos de culpa e opressão.
Mas encontrei esperança no
evangelho que veste de branco o mais vil coração.
Perdi a fé na religião que
celebra gestos vazios sem alma ou ardor.
Mas encontrei esperança no
evangelho que transforma rituais em encontros com o Deus de amor.
Perdi a fé na religião que
negocia promessas e faz de Deus um mercadejante.
Mas encontrei esperança no
evangelho que ensina que a maior riqueza é o eterno abundante.
Perdi a fé na religião que
ignora a dor e condena a lágrima sofrida.
Mas encontrei esperança no
evangelho que chora conosco e dá nova vida.
Perdi a fé na religião que prega
justiça de homens, falha e enganosa.
Mas encontrei esperança no
evangelho que revela a justiça de Cristo, perfeita e gloriosa.
Perdi a fé na religião que impõe
barreiras entre Deus e Sua criação.
Mas encontrei esperança no
evangelho que rasgou o véu e nos deu plena redenção.
Perdi a fé na religião que
esfria o amor e nos veste de regras sem alma.
Mas encontrei esperança no
evangelho que acolhe, aquece e acalma.
Perdi a fé na religião que
ensina a confiar no próprio esforço e mérito vão.
Mas encontrei esperança no
evangelho que aponta para Cristo o Autor da nossa salvação.
Perdi a fé na religião que
condena e aprisiona na culpa, sem saída.
Mas encontrei esperança no
evangelho que me chamou para a graça, para a luz, para a vida.
Perdi a fé na religião que me
afastava de Deus, me fazia andar só, sem abrigo.
Mas encontrei esperança no
evangelho… e no evangelho encontrei um Pai, um lar, um Amigo.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa