Atos 12 – Breve Comentário Parte 01
Perseguir cristãos sempre fez parte da política de interesses de alguns governantes vs. 1-3
Tiago era irmão de João, e ambos filhos de
Zebedeu um típico pescador galileu (Mateus 4:21-23). Ele fazia parte
daquele grupo de discípulos mais próximos de Jesus, junto com Pedro e seu irmão
João. Essa proximidade e intimidade fez com que ele presenciasse vários acontecimentos
importantes da vida e ministério de Jesus (Mateus 26:36-46), (Marcos
1:29-39), (Marcos 5:35-43), (Lucas 9:28-36). Pela “bagagem” que possuía ficava
evidente a sua importância e influência na comunidade cristã
primitiva. Paulo reconhece essa posição de destaque e referência indo
encontrar-se com ele, Pedro e João (Gálatas 2:9). Por estas razões, é
que a morte de Tiago seria tão significativa naquele ambiente de repugnância e
antipatia aos cristãos, patrocinado pelas autoridades políticas e religiosas em
Jerusalém.
Não é de hoje que maltratar ou expor cristãos as mais
diversas situações de indignidade e crueldade, representa uma ótima moeda de
troca no mercado de favores e interesses entre autoridades, pelos motivos mais
escusos e sombrios que podemos imaginar. Os cristãos representavam uma ameaça
aos interesses políticos e religiosos dos judeus, e Herodes percebendo que a
opressão aos crentes lhe renderia o apoio da liderança judaica e consequente
consolidação e expansão do seu governo, tratou logo de intensificar a
perseguição à Igreja prendendo e torturando alguns discípulos, e matando Tiago
que era um dos expoentes daquela comunidade.
O que começava a acorrer em Jerusalém com o primeiro mártir
Estevão (Atos 7:57-60), e logo em seguida com Tiago, era um prenúncio dos
capítulos mais obscuros e sanguinários da história que a Igreja iria
experimentar, isso porque com sua mensagem libertadora ela sempre se posicionou
na contramão dos interesses das estruturas de poder, fazendo dela uma ameaça
que desestabiliza o modus operandi que escraviza e oprime o ser humano pelas
vias da manipulação da consciência.
Enquanto as engrenagens e mecanismos desse sistema mundano,
construído pelo universo das ideologias subjuga e oprime o ser humano, o Evangelho
de Jesus Cristo liberta, e isto não é interessante para regimes totalitários e
controladores. Com isto em mente a Igreja precisa estar alerta e ser sóbria,
para encarar a realidade de que sua presença na sociedade sempre será um
tropeço no caminho de homens mal intencionados, que empregarão todos os seus
esforços para tentar estigmatizar e banir essa agência que prega a liberdade
através das boas notícias da mensagem da cruz.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa