Atos 12 – Breve Comentário Parte 05


Orações respondidas devem produzir sensatez, e não síndrome de heroísmo vs. 17

Pedro foi extremamente cauteloso pedindo aos irmãos que não fizessem estardalhaço pelo livramento miraculoso que havia ocorrido com ele. Não era o momento de bancar o herói e fazer propaganda do que Deus estava fazendo em sua vida através da campanha de oração daquela comunidade. Ele sabia que a circunstância era crítica e exigia cautela, por isso, não deu “sopa ao azar” achando que agora era só estalar os dedos e Deus interveria novamente enviando anjos para libertá-lo. Ele foi sóbrio e fugiu do perigo, ao contrário de alguns que usam o milagre para fazer marketing pessoal, ou expor-se deliberadamente a situações desnecessárias que certamente resultarão em derrotas vergonhosas.

Essa mesma cautela e prudência podemos observar na reação do Senhor Jesus, quando satanás na sua tentativa de despertar o “improvável” ego inflado do Filho de Deus, sugere que ele pulasse do pináculo do templo, pois teria como garantia o amparo dos anjos que não permitiriam que Ele sofresse dano algum (Mateus 4:5-7). O diabo constrói sutilmente essa tentação, oferecendo como apólice de seguro o (Salmo 91:11,12). O tentador só não contava, que a resposta seria dada altura citando outro trecho da Escritura: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Deuteronômio 6:16). Jesus não era o tipo falastrão que usava o poder e autoridade que possuía para fazer marketing e agenda de púlpito. Ao contrário, Ele não precisava provar nada para ninguém e usava como metodologia de trabalho a discrição (Marcos 1:40-45), pois sabia exatamente para o que havia vindo a terra (João 17:4).

Seria extremamente importante destacarmos aqui, que se Pedro que já havia experimentado várias manifestações miraculosas por intermédio de seu próprio ministério e também por meio dos seus companheiros de colegiado apostólico, e também o próprio Filho de Deus que tinha consciência de sua paternidade e identidade Divina e de suas prerrogativas e possibilidades sobrenaturais a disposição, não se expuseram deliberadamente ao perigo nem ousaram usurpar uma glória que não lhes pertencia, por que alguns meros mortais em nossos dias se dão a esse vexame expondo ao escárnio e escândalo o Evangelho?

A resposta a essa pergunta deve-se ao fato de que tais obreiros sofrem da “síndrome de heroísmo”, e não entenderam ainda o que outro apóstolo conseguiu discernir depois de abrir mão de suas credenciais que tanto o orgulhavam (Filipenses 3:4-8), fazendo questão de deixar registrado em sua carta aos irmãos que estavam em Roma, que todo reconhecimento e atribuição de poder pertence somente a Deus: “Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém” (Romanos 11:36). Penso que seria mais prudente e igualmente inteligente, não fazer Deus avalista da nossas sandices teológicas e não colocar na conta Dele a fatura pelas consequências da nossa falta de sensatez e cautela.

Deus te abençoe,

Franklin Rosa

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