Atos 12 – Breve Comentário Parte 06
Quando a intransigência e a prepotência prevalecem, a razoabilidade e a compaixão desaparecem vs. 18-19
As páginas da história estão repletas de inocentes que
pagaram com a própria vida, pela tirania e falta de bom senso de algumas
autoridades mergulhadas nas águas turvas da sede pelo poder. Herodes precisava
encontrar um culpado para descarregar sua raiva e transferir sua incompetência
e falta de gestão. Fez isso mandando matar os guardas que estavam responsáveis
pela vigilância sobre Pedro. Aquela falha na segurança representaria um grande
vexame para o tetrarca, pois já estava agendada e amplamente divulgada a
espetacularização da prisão do apóstolo, que seria apresentado como um “troféu
de destaque” para a liderança judaica e para o povo depois da festa da páscoa
vs. 3,4.
Como diz o ditado: “a corda sempre arrebenta para o lado
mais fraco”. Foi assim nos regimes totalitários comunistas liderados pelos
ditadores Mao Tsé-Tung (China) e Josef Stálin (União Soviética) que juntos
foram responsáveis pela morte de 120 milhões de inocentes, segundo pesquisa do
historiador Rudolph J. Rummel publicada na Revista Super Interessante em
30 de Novembro de 2007. Coube a Mao 77 milhões desse total de mortes e 43
milhões para Stálin. Foi assim também no genocídio promovido por Adolf Hitler
na Alemanha nazista que exterminou 20 milhões de pessoas entre prisioneiros de
guerra, ciganos, deficientes físicos, homossexuais, testemunhas de Jeová e
Judeus, segundo o mesmo historiador. Os vulneráveis continuam pagando a conta da
insanidade mental de homens que assumiram uma identidade messiânica desprovida
de compaixão, cujo único intuito é seu próprio projeto de poder.
E para sermos realistas temos que encarar o fato de que
sempre será assim, enquanto homens sem Deus quiserem assumir o trono e o
controle considerando-se semi-deuses. Paulo apóstolo fazendo um diagnóstico que
se aplica não somente ao fim dos tempos, mas que atravessa todas as épocas em
todos os lugares e gerações, deixou registrado na sua carta ao amigo, discípulo
e companheiro de aflições de ministério o jovem Timóteo, que esses personagens
que se destacariam na história trágica e sangrenta da humanidade seriam
facilmente reconhecidos pelo culto a si mesmos, dominados pelo egocentrismo,
pela vaidade de intenções, orgulhosos de sua própria índole maldosa e sem
nenhum amor e afeição pelo semelhante (1 Timóteo 3:2,3).
O rei Herodes Agripa I estava reproduzindo, o que
governantes sem critérios morais e amantes de si mesmos já vinham produzindo
desde sempre a começar pela sua própria família, que também operava nesse
modelo de disputa a qualquer preço pela consolidação do poder. Quando um
projeto egocêntrico está acima do bem comum, da razoabilidade ou da compaixão
pelos seus governados, o resultado sempre será a decadência do ser humano como
espécie caindo sobre o ombro dos mais vulneráveis e fragilizados o ônus da
vaidade pessoal, da intransigência e da prepotência megalomaníaca das
autoridades, sejam elas políticas ou religiosas.
Deus te abençoe,
Franklin Rosa